Os espíritos nos tempos helênicos

Enquanto encarnados somos corpo e espírito, isto é fato para qualquer crença. Por consequência disso é aceitado em várias religiões a comunicação com espíritos desencarnados, até mesmo no catolicismo. Desde os tempos antigos houve comunicação com espíritos, seja por meio de louvores e até mediunidade.
Nos tempos antigos a mediunidade e a sensitividade era mais frequente do que nos tempos atuais. Na espiritualidade de todos os povos havia contato com entidades, mas voltemos nossa atenção ao mundo grego.
Segundo a cosmologia grega, ao morrermos seremos julgados pelos nossos feitos, e então seremos encaminhados nos campos Elísios (para quem foi virtuoso), nos campos Asfódelos (para os que não fizeram nada de bom nem nada de ruim), ou o Tártaro (aos que foram maus), no Tártaro o espírito passava num processo de esquecimento para poder reencarnar e ter outra chance. Ainda sim os grande parte dos espíritos desencarnados andavam errantes pela Terra, ou iam na Terra propositamente para nos guiar.

Hércules, a alma renovada

Muitos mitos gregos nos dão exemplo e ensinamento de ascensão moral e espiritual. Um dos mitos mais difundidos pelo mundo antigo, e que nos dá um ótimo exemplo é o mito dos doze trabalhos de Hércules, um homem humilde e devotado à virtude, que anda com um impenetrável couro de leão, no qual ele matou com as próprias forças sobre-humanas .
Alguns mitos dizem que Hércules (Herácles) matou sua família, através de um acesso de loucura, realizado por Hera. Outras versões dizem que Hércules usava seu poder (a força) em vão, causando violência e destruição. Com tudo isso podemos dizer que Hércules vivia uma vida terrena, vivia na animalidade, na escuridão.
Depois, como foi dito muitas vezes, Hércules se deparou entre dois caminhos a seguir, o caminho do prazer e o do dever. O caminho do prazer oferecia ao herói uma vida terrena de luxos e prazeres, porém sem glória. O caminho do dever oferecia-lhe um caminho penoso de trabalho, porém com toda a glória no final. Hércules, percebendo os erros que fazia, seguiu o caminho do dever, do aprimoramento. E assim o homem material, fechado à verdade, se abriu para se desenvolver como um glorioso homem celestial, realizando doze etapas iniciáticas, onde se purifica e se torna glorioso perante os Deuses.
Muitos mitos gregos coincidem com os ideais gnósticos atuais.

O Divino

Há um princípio divino real e incompreensível, mas perceptível a muitos povos e culturas. Alguns vêem como apenas um único agente criador (um único Deus, monoteísmo), outros vêem como vários agentes que compõe o Universo (politeísmo). Tanto o monoteísmo quanto o politeísmo nos apontam para o mesmo princípio criador. Tenhamos isto em mente em primeiro lugar.
Desde o início dos tempos, a humanidade manteve um forte sentimento com a Natureza, os ciclos, a fertilidade, e também com a alma, os acontecimentos. Durante os Tempos Áureos este vínculo era ainda mais forte, éramos mais ligados às divindades. Por divindades entendemos que são personificações de forças divinas que atuam na natureza e em nossa vida. Muitos ainda entendem por divindade como sendo seres divinos e conscientes, atuantes dentro de um mistério, neste caso o milenar mistério helenista. Podemos dizer que no paganismo helênico, tanto o antigo quanto o mais moderno, não segue um único modelo unificado do divino, pois há várias formas teológicas diferentes, várias compreensões, que embora diferentes umas das outras, possuem uma lógica semelhante. É o que discutiremos ao decorrer desse artigo.

Fauna

  • Raça: Deusa telúrica
  • Aspectos: Deusa da fertilidade; Deusa da Natureza; Deusa da maternidade.
  • Cônjuge: Fauno
  • Filiação: (Indeterminado)
  • Descendentes: Faunos (seres anímicos da natureza).
  • Aliados: Clóris; Proserpina; Ceres; Cíbele; Saturno; Vênus; Diana; Vesta.
  • Plantas relaccionadas: carvalho; cipreste; azevinho; pinheiro; sândalo; papoula; absinto; arruda; cânfora.
  • Atributos e símbolos: Cornucópia; serpente.

Fauna é a Deusa que mais personifica a Natureza mística. Não sabe ao certo se Fauna é filha ou irmã de Fauno, mas eles mantinham relacção conjugal. Em seu mito, Fauno ofereceu-lha vinho, e a Deusa foi bebêndo a cada vez que ele a oferecia. Fauna ficou bêbada, e Fauno então começou a açoitá-la com um galho de murta (não me perguntem o motivo).
Muitos fazem diferenças entre Fauna e "Bona Dea", porém considero-as a mesma Deusa. Bona Dea, vem do latim, e significa "Boa Deusa", epiteto que Fauna era muito considerada. Junto com Fauno, ela gerou os faunos (sátiros), espíritos da Natureza, com patas e chifres de bode. Fauna, assim como Fauno, também possui dons proféticos, porém só os revela, nos oráculos, para as mulheres.

Seu culto, festejado em 1 de maio (início da primavera boreal) só era comemorado por mulheres, em cerimónias secretas, porém não proibidos. Eram realizados na casa de um magistrado romano. Todas as imagens masculinas da sala eram retiradas ou cobertas. Nessas reuniões secretas eram proibidos falar "vinho" e "murta".